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Quando se junta uma amálgama de palavras, um conto ou um poema podem sempre emergir. A sua divulgação fará que não morram esconsos numa escura e funda gaveta. Daí que às minhas palavras quero juntar as de outros que desejem participar. Os meus trabalhos estão publicados sob o pseudónimo: "Lobitino Almeida N'gola". Nas fotos e pinturas cliquem nos nomes e acedam às fontes.

segunda-feira, abril 24, 2006

Poemas para Abril: Oito estrofes soltas

“Os Cravos da CPLP”
(Montagem de
elcalmeida)


Poemas para Abril: Oito estrofes soltas*
(Aceder ao integral de cada poema pelos títulos que ao lado e no fim se indicam)


Ser angolano é meu fado, é meu castigo
Branco eu sou e pois já não consigo
mudar jamais de cor ou condição...
Mas, será que tem cor o coração? (Ang – “Angolano”, Neves e Sousa)


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto. (Bra – “Soneto de Separação”, V. de Moraes)


O drama começa no momento
em que nasce a ideia de "partir"
Aí param os sonhos
E começam os pesadelos. (CV – “Emigrante”, Ana Júlia Sança)


A dor que em mim mora
não é o mal no meu corpo
carne destinada à terra húmida
última guardiã do sofrimento. (GB – “Sofrimentos”, Carlos E. Vieira)


Mãe negra
Embala o seu filho
E na sua cabeça negra
Coberta de cabelos negros
Ela guarda sonhos maravilhosos (Moç – “Sonho de Mãe Negra”, Kalungano)


Gozo sonhado é gozo, ainda que em sonho.
Nós o que nos supomos nos fazemos,
Se com atenta mente
Resistirmos em crê-lo. (PT – “Gozo Sonhado”, Ricardo Reis)


O sangue caindo em gotas na terra
homens morrendo no mato
e o sangue caindo, caindo...
Fernão Dias para sempre na história
da Ilha Verde, rubra de sangue,
dos homens tombados
na arena imensa do cais. (STP – “Onde estão…”, Alda do Espírito Santo)


Pátria é, pois, o sol que deu o ser
Drama, poema, tempo e o espaço,
Das gerações que passam, forte laço
E as verdades que estamos a viver. (TL – “Pátria”; Xanana Gusmão)


*Partes de poemas de autores lusófonos*
*(Aceder ao poema integral pelos títulos: 1-“
Angolano”, Neves e Sousa, Angola; 2-“Soneto de Separação” Vinícius de Moraes, Brasil; 3-“Emigrante”, Ana Júlia Sança, Cabo Verde; 4-“Sofrimentos”, Carlos Edmison Vieira, Guiné-Bissau; 5-“Sonho de Mãe Negra”, Kalungano [Marcelino dos Santos], Moçambique; 6-“Gozo Sonhado”, Ricardo Reis, Portugal; 7-“Onde estão os Homens caçados neste vento de loucuras”, Alda do Espírito Santo, São Tomé e Príncipe; 8-“Pátria” de Xanana Gusmão, Timor-Leste;)

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